quinta-feira, 27 de março de 2014

Panorama geral do Manejo Florestal Comunitário no estado do Acre de 2000 a 2010


Foto: Andreia Ribeiro
Não é de hoje que governos juntamente com universidades, organizações não governamentais – ONGs, e a sociedade em geral discutem a sustentabilidade na Amazônia Legal. O estado do Acre, que está inserido nesta região, participa de algumas dessas alternativas, como o programa de Manejo Florestal Comunitário, que conta com diversos parceiros, como exemplo, BID – Banco Interamericano do Desenvolvimento,  BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento, MMA - Ministério do Meio Ambiente, entre outros não menos importantes, desde a década de noventa, como afirma o pesquisador Evandro Araújo de Aquino, Pedagogo e Mestrando do Curso de Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Acre (UFAC).

Conceitualmente, manejo florestal para fins madeireiros, nada mais é que um método de planejamento para retiradas de árvores da floresta, utilizando da engenharia para que haja o menor impacto possível ao meio ambiente, e que, seja economicamente viável a venda de sua matéria prima, neste caso, a madeira. Em se tratando de manejo florestal comunitário, este planejamento é feito nas comunidades rurais e extrativistas.

O processo de disseminação deste programa é construído ao longo do tempo nas comunidades extrativistas, para que haja um conhecimento da prática. Com o passar dos anos notou-se uma ascensão no numero de famílias  inseridas no PMFS – Plano de Manejo Florestal Sustentável Comunitário, passando de 7 famílias em 2000 para mais de 400 em 2010, evidenciando uma evolução de mais 5.900%. Esta tendência pode ser verificada no gráfico de crescimento de adesão de famílias ao programa no período de 2000 a 2010.

O PMFS Comunitário está em todas as regiões do estado, Alto Acre, Baixo Acre, Juruá, Envira e Purus. A maior concentração de famílias inseridas no programa encontra-se no Alto Acre, que compreende os municípios de Xapuri, Brasileia e Assis Brasil, com 233 famílias. A menor concentração situa-se na região do Purus com 36 famílias.

Conforme cresce o numero de famílias manejadoras, o volume de madeira explorado para comercialização também aumenta, possibilitando mais matéria prima para as indústrias madeireiras do estado, como mostra o gráfico: De 81 metros cúbicos em 2.000 para 45.000 em  metros cúbicos em 2010, representando um aumento de mais de 55.000%.

Nesse período de 10 anos é notável o aumento da adesão das famílias comunitárias ao manejo florestal, indicando que a atividade está em expansão em todas as regiões do estado do Acre. Assim sendo, em termos quantitativos o manejo comunitário difundiu-se, porém, para se ter uma visão mais completa deste panorama, é fundamental avaliar a existência de um programa de comercialização da matéria-prima e o retorno econômico aliado às questões ambientais.  O resultado destas avaliações  contribuiriam para uma análise qualitativa do PMFS Comunitário, pois, para que uma atividade seja sustentável, ela deve contemplar, no mínimo, os aspectos econômicos, ecológicos e sociais.
 
Andreia Ribeiro

Um comentário:

  1. Os dados evidenciam a tendência de consolidação da atividade de manejo florestal nas comunidades no Estado do Acre. Contudo ainda há muito o que se fazer.

    ResponderExcluir